Romário e Vasco
Enfim,
chegou ao final a batalha jurídica entre ambas as partes. De tantas incertezas,
uma coisa é correta: terminou da forma como haveria de terminar. Simples assim:
o Vasco na gestão Roberto sempre contestou essa dívida, mas procedeu de forma
errada ao retirar puro e simplesmente o registro do balanço sem, primeiro,
averiguar sua veracidade em juízo. Romário, então, depois de tanto esperar pelo
reconhecimento por vias que não fossem jurídicas, decidiu recorrer aos
tribunais, e quase inviabilizou ao Vasco. Causou prejuízos financeiros e que
interferiram na parte técnica do time de futebol ao final do ano passado e o
estrago poderia ser bem pior.
No
final, deu aquilo que a maioria já supunha: o clube não conseguiu provar o
contrário (que a dívida não existia ou que, se existia, não era bem do clube) e
ficou somente a sensação de que tentou-se (e conseguiu-se) ganhar tempo sobre
algo que seria perdido ao longo do tempo. Papo encerrado e, agora, mais quatro
milhões de reais (além do que se supostamente era a dívida até 2008) para o
Almirante pagar mensalmente ao longo de dez anos. Como eu costumo dizer, o
melhor negócio é aquele em que ambas as partes fingem que se enganam na
esperança de que o estrago não seja maior para ambas. Romário finge confiar em
um clube “devedor costumaz” (segundo a própria justiça) e que já ignorou sua
suposta dívida por um tempo na esperança de receber algum. O Vasco finge
aceitar o reconhecimento dessa dívida para evitar rombos bem maiores, por não
ter a mesma convicção de outrora sobre a veracidade dessa dívida e por não ter
advogados competentes no clube, hoje, como o que o Baixinho contratou (segundo
deixou nas entrelinhas o próprio VP Jurídico atual).
Portanto,
segue a vida porque os problemas do Vasco, infelizmente, são MUITO maiores do
que cento e cinquenta mil reais mensais para o ex-atacante e, agora,
beneficiário do Vasco por uma década. Pelo menos, no papel...
Anníbal Rouxinol
“Se eu digo que Romário não tem
documentos que comprovem a dívida, se essa sempre foi minha tese, como vou
aceitar fazer um acordo agora? Seria a desmoralização do escritório (Marcelo
Macedo) que contratei”. (Entrevista ao jornal
Extra On Line em 26 de fevereiro de 2013).
Sobre
sua declaração horas antes da audiência, uma sõ colocação: se não existisse
realmente nenhuma possibilidade de acordo, que o referido VP não desse uma declaração
forte dessa natureza e logo para uma mídia de tamanha repercussão que é o
Extra. Dessa forma, independentemente de lhe considerar capaz ou não para
continuar no cargo, não vejo mais ambiente para que permaneça. Particularmente,
considero que seria a hora correta para retirar-se e dar a vez para outro,
menos desgastado e, inclusive, até mais capaz de liderar a um departamento
problemático dentro do clube faz MUITO tempo.
Falando de futebol...
Segundo
notícias veiculadas na coluna “Futebol, coisa & tal” de hoje, Éder Luís
poderia estar indo para o Palmeiras. Maikon Leite poderia chegar como
substituto. De minha parte, penso ser um ótimo negócio: Maikon Leite é mais jovem,
mais habilidoso e anda perdido na mediocridade que é o time alviverde do
Palestra Itália atual. Éder Luís perdeu o pouco de seu futebol faz tempo, e
sinceramente, não lhe sinto motivado a continuar no Vasco, tal como Maikon
Leite no Palmeiras. Uma oxigenação de ares para ambas as partes seria muito boa
para ambos os atletas e para os clubes também. Se o Vasco ainda conseguisse se
livrar, nessa transação, de parte de sua dívida contraída junto ao Benfica pela
compra dos direitos econômicos de Éder Luís, melhoraria mais ainda.
Com
o acréscimo de Juninho (lateral-esquerdo do time paulistano) nessa transação,
ainda seria uma aposta a mais para termos, finalmente, um lateral-esquerdo
depois de tanto tempo. Mais uma aposta, por sinal, dentre tantas como foram
Ramón, Márcio Careca, Thiago Feltri, Dieyson e, em um futuro próximo, Yotún.
Enfim, aguardemos pelo desenrolar dos fatos.
Com
relação ao jogo do próximo sábado: a grande dúvida não é a escalação do time, e
sim, sua postura e seu padrão tático. Principalmente, o último. Ao passo que o
Flamengo, por exemplo com Dorival Júnior, treinou na última terça-feira (ontem)
em tempo integral, o Vasco ficou somente na academia. No sábado que antecedeu
ao jogo entre Vasco vs Audax, o time treinou em menos de duas horas e, quando
encontrei-me com Carol Canoa, Dani Torres e Daniel Freitas em São Januário, o
treino já havia terminado e nem eram 10 horas da manhã. Nesses exemplos, talvez
comecemos a justificar o porquê de um time ser líder disparado da competição em
pontos ganhos e o outro padecer, ainda, do individualismo de suas peças chaves
para se classificar, em que pese o agravo de ser um time considerado fraco por
muitos e em formação ainda. Fraco, especialmente, em seu setor defensivo, com
zagueiros em má forma técnica e volantes pessimamente posicionados, tal como se
viu perante o Duque d Caxias, no último domingo.
Considerando
que vai enfrentar ao Fluminense (time de melhor plantel do Rio de Janeiro),
mesmo com o adversário em teoria cansado por uma viagem ao Chile, com
retrospectos positivos sobre esse rival nas últimas duas décadas e com a
vantagem do empate, ainda assim o perigo habita na desorganização de um
protótipo em campo e na postura de tentar, supostamente, começar o jogo retraído.
Vale a lembrança não tão distante de títulos e classificações perdidas por
fazer do empate o objetivo e terminar o jogo derrotado. Portanto, o mínimo de
coerência para se esquecer tal vantagem ao longo do jogo é primordial, bem como
jogar futebol, se espelhando no jogo de estreia da temporada de preferência.
Contar com a boa vontade de Carlos Alberto e com Bernardo nos momentos em que
resolve decidr, que são hoje a força ofensiva desse time e cujo último – ainda que
com seus problemas – não pode ficar de fora.
Toque final
Confesso-lhes
que me sinto exausto nos últimos tempos. Não é papo de “coitadinho” e nem “estória
para boi dormir”: é a realidade. Graças a DEUS, aos amigos que me ajudaram e a
mim, também, consegui abrir caminhos para a divulgação de minhas ideias sobre
Vasco nas mídias pela Internet e pelo rádio também. Agradeço MUITO de coração
ao André Pedro do WebVasco, ao Daniel Ferreira e ao Renner Monnerat do
SempreVasco, a Jessica Corais e ao Elisvaldo do SuperVasco, ao José Carlos
Prata da Gang do Bacalhau, ao Márcio Santos do Só Dá Vasco, e às diversas
pessoas que me ajudaram a encontrá-las e que reconheceram em mim valor
suficiente para falar sobre Vasco, de forma democrática, lisa e respeitosa! No
entanto, sinto que uma hora meu ciclo poderá, abreviadamente, chegar ao fim.
Não sei quando, mas poderá. O Vasco cansa, desgasta, a luta por um clube melhor
sem partidarismo e somente pensando no Vasco parece inglória! E o pior: tendo
em NÓS MESMOS como PRINCIPAIS RIVAIS!
Enfim,
independentemente de minha vontade de prosseguir nessa “trincheira” no futuro
ou não, agradeço demais aos que me acompanham, aos que sentem seriedade em
minhas palavras, mesmo carregando para muitos “a mancha” (?!) de ter pertencido
a um grupo político sem, no entanto, BENEFICIAR-ME desse artifício para
conseguir algo dentro do Vasco, ao contrário do que alguns podem pensar por me
desconhecer! No final, o Vasco é maior do que todos nós e o dia em que tivermos
essa consciência, teremos o clube que sonhamos tanto!